sábado, 7 de junho de 2008

Tudo em que eu acreditava era mentira

Sempre me considerei uma pessoa que consegue penssar pela sua própria cabeça. Ok, "sempre" é um exagero, mas pelo menos desde que ultrapassei o inferno hormonal que é a puberdade, que me vejo dessa maneira. Principalmente porque tinha orgulho em dizer que não ia na cantiga da igreja, e que para mim, a ciência é que detinha toda a credibilidade. Era na ciência em que eu acreditava quando esta me dizia que o universo teria começado com o big bang, e que a minha pessoa, e todos os restantes energúmenos á minha volta, tinhamos evoluido dos macacos (se bem que as vezes me pergunto se não serei eu o unico que está acima do nível intelectual de um primata). Nunca levei a sério a lenga-lenga do adão e eva, nem dos 7 dias da criação do mundo.

Felizmente, isso tudo é passado. Finalmente abri os olhos. Por fim, apercebi-me do que realmente se trata a ciência: um verdadeiro embuste, um atentado á inteligencia das pessoas, e uma ilusão criada por vermes que querem encher a cabeça dos jovens com lixo, mentiras, e disparates. Isto tudo com o propósito de controlar as pessoas, e provavelmente, a economia mundial.

Se quem está desse lado continua a ler esta crónica até aqui, com muita certeza que se estará a perguntar: "Afinal, qual foi o abre-olhos que este animal recebeu, para se aperceber do óbvio, ao fim de tanto tempo?". Esse abre-olhos foi, nada mais, nada menos, do que um documentário que vi no National Geographic Channel (Sim, tenho TV por cabo na minha cela, não me perguntem como é que arranjei tal mordomia). Porque é que via esse canal de merda, em vez de outro com programação de qualidade, como a TVI? Obviamente, porque tinha essa senhora de nome "ciência", em alta consideração.

Mas voltando ao assunto desta crónica, o documentário era sobre a atracção amorosa/sexual entre pessoas. Basicamente, tentava explicar os critérios que o seres humanos seguem para escolher o seu "parceiro". Já vi dezenas de documentários, mas foi preciso este para me fazer acordar. Porquê? Porque foi o primeiro que apanhei que falava sobre algo de que eu já percebia bastante e de que podia opinar. E é isso que vou fazer imediatamente.

A primeira coisa de que a voz-off me tentou convencer, foi de que nós, como espécie, queremos perpetuar os nossos genes, e é por isso que procuramos alguem para realizar o acto de reprodução. Primeira grande mentira. Nós não queremos perpetuar a espécie, queremos somente pinocar. A unica razão porque há dementes que querem, e fazem filhos, é pela mesma razão de que há otários que criam uma conta do hi5 e depois passam a vida toda a adicionar pessoal desconhecido á lista de amigos: Porque toda a gente o faz, e quanto mais gente lá tiverem, mais inchados ficam, mais se gabam, e mais me apetece apresentar a minha soqueira ao focinho desse pessoal.

Logo a seguir, tentaram meter-me na tola de que nós estamos programados para reparar nas gajas bonitas, porque tal caracteristica é sinal de bom material genético. Isto implica que quando mais bonita for a gaja, mais saúde tem para parir o nosso filho, e assim preservar os nossos genes. Por esta altura já me tinha rido tanto, que até acabei por levar um encherto de porrada do meu companheiro de cela, pa ver se eu me calava. Não o censuro, pois o gajo queria ver se dormia. E ainda bem que o fez, senão eu desmaiava por falta de ar. Ora bem, isto é treta, pelas seguintes razões:

1) Dizer uma coisa destas é o mesmo que dizer que queremos um Aston Martin DB9 na garagem em vez de um Fiat Uno á porta de casa, porque o primeiro é melhor para realizarmos a viagem de casa para o trabalho, e vice-versa.
2) Porque o conceito de "Gaja Boa" é uma ideia cultural, e não está codificado no ADN (aliás, concerteza que o ADN não existe, portanto não pode codificar nada). Neste antro á beira mar plantado, e em muitos outros países que se dizem civilizados, uma gaja é considerada atraente se for magra, tiver um grande par de melões, um grande cu, for alta, tiver pernas jeitosas, e etc e tal. Mas na Mauritânia, uma gaja para ser atraente, tem que ser um autêntico barril de banhas. Só para vocês terem uma ideia, as mulheres nesse país são forçadas a engordar desde os 4 anos. Fazem-nas beber 14 galões (53 litros) de leite de camelo por dia. E se vomitarem o leite, fazem-lhes a folha. Não acreditam? Então leiam vocês mesmo.

Mas os disparates não acabam aqui. O documentário tambem mostrou uma experiência que tentava provar já não me lembro o quê, mas sei que consistia no seguinte: organizaram um jogo de basquetball, e no fim do jogo, pediram aos jogadores que entregassem o seu equipamento soado. A seguir, arranjaram um manada de pitas, e mandaram-nas cheirar os equipamentos todos. Finalmente, perguntaram a cada uma delas qual dos equipamentos é que lhes parecia mais agradável. Ora, como eu já disse, não me lembro de qual era o objectivo, mas quando se faz uma experiência destas, o que se quer provar é que os crentes da ciência são uns autênticos carneiros, e que acreditam em tudo o que lhes for dito sem questionar. Incluindo que andar a cheirar roupa suja contribui para o avanço da humanidade.

Depois quiseram convencer-me de que quando vivemos situações de elevado stress/perigo com alguém do sexo oposto, essa pessoa parece-nos mais atraente do que realmente é. Para testar essa hipótese, meteram uma mesma gaja a fazer inquéritos a pessoas em 2 pontes. Uma delas era construida em cimento, e a outra era daquelas que é suspensa por cordas, e que nos filmes acaba sempre por ser cortada numa tentativa de matar o heroi da fita. No fim de cada inquérito, a moça dava o nº de telemovel aos gajos, para o caso de eles quererem "tirar duvidas" sobre o que lá se andou a fazer. A gaja recebeu mais telefonemas de gajos que inquiriu na ponte suspensa, do que na outra. Sobre isto, três pontos:

1) Não me lembro de quantos inquéritos a gaja fez, mas lembro-me que não tinha uma amostra suficientemente grande para que os dados tivessem relevância estatistica (acho eu)
2) Que garantia temos nós de que o maior nº de telefonemas da ponte suspensa não foi apenas sorte, ou um acaso? Podiam ter passado mais gajos solteiros na ponte suspensa.
3) Quem somos nós para dizer que os gajos não telefonaram á moça mesmo pa tirar duvidas?

Mais para o fim do documentário, lá disseram que as gajas tem tendência para gostar dos artistas, e que estes tinham durante a vida mais "parceiras" do que o resto do pessoal. Nisso já sou capaz de acreditar. Basta ver as quantidades de gajas que o Picasso e o Diego Rivera tiveram. Até a mulher do Rivera, a Frida Khalo, comeu mais gajas num mês, do que muito homem abastado comerá na vida toda.

Logo a seguir, disseram que as gajas se sentem atraídas por homens de sucesso e endinheirados, por causa do instinto as mandar arranjar alguém capaz de lhes dar segurança a elas, e ás suas crias. Ora, acho que toda a gente sabe que as gajas querem homens ricos é para lhes puderem cravar joias, malinhas, sapatos, manicures, implantes de silicone asquerosos, face-liftings grotescos, casacos de pele, idas ao solário, viagens a Paris, carros luxuosos, e casas com piscina. Curiosamente, quando finalmente têm isso tudo, divertem-se mais com o gajo que limpa a piscina do que com o marido endinheirado.

Mas o que realmente me fez acordar não foi nada do que disse até aqui. Aquilo que fez "BANG" na minha cabeça, e que me fez querer abandonar esta seita que se chama "ciência", foi quando disseram que os factores mais determinantes para alguem conquistar uma gaja são... a BONDADE e a INTELIGÊNCIA. Eu nem chamo a isto mentira, porque era preciso que alguém acreditasse em tal afirmação. As gajas não gostam de homens bondosos nem inteligentes; apenas DIZEM que gostam. O que elas querem mesmo, é um gajo que seja bom na cama, que seja bem parecido, e que tenha guito. Esses sim, são os factores determinantes nas suas escolhas. Não me venham dizer que que inteligência e bondade interessam para alguma coisa. As gajas têm tanta estima por essas qualidades, como os iraquianos têm pela bandeira americana.

Mas agora que me libertei desta lavagem cerebral que me fizeram, só me consigo perguntar isto: então e o resto das coisas que a ciência me ensinou? Será que a terra é de facto redonda, ou é plana, como ainda há gente que acredita? Será que ela gira mesmo em torno do sol, ou será que deviam ter mesmo limpado o cebo ao Galileu? Será que as teorias que dizem que o homem nunca foi a lua são verdadeiras? Será que teoria do criacionismo está certa? Será que a Maya consegue mesmo prever o futuro nas cartas? Será que o Claudio Ramos é um homem?

Enfim, muitos anos de vida desperdicei eu com esta seita. Vou mas é tentar convencer o director da prisão a chamar um padre que me venha baptizar. Talvez ainda não seja tarde para salvar a minha alma. E é melhor começar a ler a bíblia também.

2 comentários:

Anónimo disse...

Realmente :| ainda bem que leio blogs com qualidade! Ainda tenho muito a aprender contigo recluso!

Anónimo disse...

Quanto mais nos questionamos mais chegamos à conclusão de que nada sabemos. Bom texto recluso.

; Chefs Blogs Blogs Directory Feed Shark